Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum

O Reino de Deus cresce em meio aos conflitos, a paciência de Deus.

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do “Reino”; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.

Basta olhar um pouco a realidade que nos cerca: injustiças, corrupção, violência, miséria, fome, doença, morte, para sentir logo os desafios que a vida apresenta. E mesmo que nos joguemos com toda a generosidade no trabalho pastoral, constatamos que nossos esforços tantas vezes trazem poucos frutos e muitas desilusões. E acabamos perguntando: Por que? Vale a pena? Por que Deus não se manifesta de forma mais incisiva? Se a causa do Reino é justa e válida, por que é tão difícil mudar as estruturas? Será que nossos planos pastorais são estéreis, frutos de nossa ilusão?  A Palavra de Deus deste domingo poderá ajudar-nos a ver, julgar e agir melhor, fortalecendo nossas opções em favor da liberdade e vida. O Espírito vem socorrer nossa fraqueza, tornando-se a súplica de quantos por um mundo melhor.

Sabedoria 12,13.16-19 – A humanidade de Deus, esperança nossa.

A primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força e onipotência, é indulgente e misericordioso para com os homens – mesmo quando eles praticam o mal. Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem “humanos”, isto é, a terem um coração tão misericordioso e tão indulgente como o coração de Deus.

 Quem serve a outros projetos acaba por decretar a sua própria ruína, que virá repentinamente ou aos poucos. Nasce então a consciência de que Deus é o Senhor dos povos, e só ele conduz a história rumo à construção da liberdade e da vida. Qualquer outro deus levará o povo à própria destruição. O projeto de Deus entra em luta com outros projetos, e acabará triunfando sobre eles. Isso, porém, não quer dizer que o povo de Deus deva simplesmente eliminar os outros povos ou grupos que vivam de maneira diferente. Deus quer a vida, e sempre dá chance para que todos se convertam e participem do seu projeto.

Rezemos
Pai, nós Te louvamos com as palavras que confiaste aos teus profetas e que lemos nas nossas assembleias: nós Te damos graças porque cuidas de cada um de nós, és paciente e sempre pronto a ajudar-nos. Nós Te pedimos: torna-nos atentos à tua presença, que o teu Espírito nos torne curiosos de Ti, receptivos e cheios de admiração por tudo aquilo que és.

Romanos 8,26-27 – Quando nos faltam palavras, o Espírito é nossa palavra a Deus

A segunda leitura sublinha, de outra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo – dom de Deus – vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.

Fé e esperança são antecipações daquilo que ainda não está aí (24). Assim, nossa vida cristã é uma vida “a amadurecer”, inacabada. O “sopro” (espírito) de Deus a ajuda a se desenvolver desde sua infância (espiritual), desde sua fraqueza, que ele “adota”. O Espírito conhece os dois abismos”: ser de Deus e o coração do homem. Como não temos bastante amplidão, seu soprar em nós é um gemido dirigido a Deus. No entanto, já nos faz ser santos.

Rezemos:

Ó Deus, que vês o fundo dos corações, nós Te bendizemos pelo teu Espírito, que é a tua presença em nós, o teu sopro de vida em nós. Nós Te recomendamos todas as nossas assembleias de oração, nas nossas igrejas e nas nossas casas: que o teu Espírito venha em socorro da nossa fraqueza e nos inspire as palavras para Te cantar, Te louvar e Te rezar.

Mateus 13,24-43 – O Reino de Deus cresce em meio aos conflitos.

O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do “Reino de Deus”. Esse “Reino” não é um clube exclusivo de “bons” e de “santos”: nele todos os homens – bons e maus – encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.

O Messias já veio. Então, por que o Reino ainda não se instalou definitivamente? Resposta de Jesus: Isso não se deve à imperfeição natural dos homens, mas a uma sabotagem premeditada, feita por aquele que quer usurpar a autoridade de Deus no mundo. Não cabe aos homens fazerem a separação entre bons e maus, pois só Deus pode fazer o julgamento. Por que será que o Reino parece não estar se expandindo no mundo? Cf. nota em Mc 4,30-34. 33 A comunidade dos discípulos parece desaparecer no meio dos homens. Num segundo momento, porém, ela exerce ação transformadora no seio da sociedade. 34-35: Somente através da pessoa e missão de Jesus é possível compreender o mistério do Reino de Deus, escondido na história desde o início do mundo. 36-43: A explicação da parábola é alegoria que apresenta a dinâmica do Reino na história. Jesus instaurou o Reino dentro da história, e esta é feita pela ação de bons e maus. A vinda do Reino, porém, entra em luta contra o espírito do mal, e conduz os justos à vitória final. A história é tensão contínua voltada para a manifestação gloriosa do Reino.

Rezemos:

Bendito sejas, ó Pai, pelo Reino dos céus, que manifestas no meio de nós e em nós. Ele é o bom grão que semeaste para renovar a nossa terra, ele é a semente que cresce e o fermente que age.

Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos torne pacientes. Diante do mal, mantém-nos confiantes na presença e na força do teu Reino.

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