Quarto Domingo da Páscoa

O Bom Pastor e os Pastores do Povo

Hoje é dia dos pastores e dia da pastoral. Trabalhar na pastoral de uma comunidade é estar a serviço da vida e da liberdade do povo, continuando na história os atos libertadores de Jesus, o bom pastor. Ele nos mostra o sentido da ação pastoral: dar a vida pelas ovelhas. A sociedade pode nos criticar e até perseguir por defendermos e promovermos a vida do povo. Mas nós, que um dia fomos cativados pelo serviço do boa manifestação final, quando seremos semelhantes a ele e o veremos como ele é.

Jesus é o modelo de pastor porque conhecendo a cada um individualmente, tira as pessoas da alienação e exploração dos jogos do poder aos quais foram submetidas, para leva-las à vida plena (evangelho). Quem se compromete sofre tribulações, mas a certeza de que ninguém poderá tirar nada de sua mão fortalece, dando esperança e coragem (II leitura)

João 10,27-27 – Jesus, o pastor que dá vida. Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.

Atos 13,14.43-52 – Não há fronteiras para a fé em Jesus. O primeiro discurso de Paulo reflete a estrutura da sua catequese (comparar com a catequese de Pedro em At 10,34-43). A ideia-chave é a salvação, fruto da ressurreição de Cristo. A história de Israel, conduzida por Deus, é um passado de promessas em tensão para o seu cumprimento. É em Jesus que Deus as cumpre, transformando a história passada num presente que antecipa todo o futuro. Embora conhecendo as promessas, as autoridades de Israel rejeitaram Jesus e o mataram. Deus, porém, o ressuscitou, tornando-o salvador de todos os homens. É o que as Escrituras anunciam e os apóstolos testemunham. A profissão de fé expressa nessa catequese não é teoria abstrata; é experiência profundamente ligada à história, na qual se revela o acontecimento salvífico e na qual Deus nos chama para construirmos o futuro libertador antecipado em Jesus ressuscitado.

Os missionários cristãos estão entre dois grupos: os pagãos, que os acolhem com entusiasmo e alegria, e os judeus, que têm ciúmes, os recusam e reagem com violência. É um momento histórico para o cristianismo: a passagem do mundo judaico para o mundo dos pagãos. E a espada de dois gumes que divide os grupos não é mais a Lei, mas a Palavra de Deus, isto é, o anúncio da salvação; este exige ser acolhido para que possa introduzir os homens na vida inaugurada por Jesus ressuscitado. A experiência cristã não é apenas uma variante reformista do judaísmo.

Apocalipse 7,9.14b-17 – Jesus é o pastor universal. O povo de Deus reconhece que a salvação vem de Deus e do Cordeiro. Não são as coisas e nem os homens absolutizados que salvam. Unido aos anjos e à criação, o povo de Deus adora a Deus e reconhece que a plenitude do louvor pertence somente a Deus.

João enfatiza a salvação do povo de Deus. A grande tribulação são as perseguições. A veste branca significa a participação no testemunho de Jesus. Os vv. 15-17 lembram a festa das Tendas, que era um sinal da Aliança. A salvação é a realização da Aliança: a morada de Deus com os homens. Com a realização futura da Aliança não haverá mais limitações nem sofrimentos: Jesus será o pastor que leva o povo a viver em plenitude.

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