Quarto Domingo da Quaresma

Reconciliação: maturidade dos filhos de Deus 

O quarto domingo da Quaresma é um tanto único pois é chamado de “Laetare”, da alegria, quebrando um pouco o tempo penitencial e já anunciando a Páscoa que se aproxima. As vestes são da cor rosa e flores podem adornar o altar.  

Josué 5,9a .10-12 – Criancice ou maturidade responsável? A circuncisão é o sinal da pertença ao povo de Javé. São circuncidados a nova geração e novos grupos que vão aderindo ao projeto de Javé (cf. nota em 2,1-24). Sobre a Páscoa e os pães sem fermento, cf. nota em Ex 12. Com a entrada na terra, começa a etapa final do movimento da libertação, iniciado com a saída do Egito. A contraposição entre produtos da terra e maná marca o fim do período no deserto. 

Salmo [Salmo 33 (34)] Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. 

2 Coríntios 5,17-21 – Vocês devem se reconciliar com Deus. Os inimigos de Paulo dizem que ele não é apóstolo porque não foi testemunha ocular da vida terrestre de Jesus, nem lhe conheceu as palavras e atos. Por isso, não pode ser testemunha do Evangelho. No entanto, o Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o anúncio de sua morte e ressurreição, que restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura nova era. A cruz de Jesus anuncia o fim da inimizade com Deus e inaugura a era da reconciliação universal. Enquanto esperamos o dia da ressurreição, 

Lucas 15, 1-3.11-32 – A fraternidade é fruto da maturidade dos filhos de Deus. O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do «justo» que resiste ao amor do Pai.  

A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera. O processo de conversão começa com a tomada de consciência: o filho mais novo sente-se perdido econômica e moralmente. A acolhida do pai e as medidas tomadas mostram não só o perdão, mas também o restabelecimento da dignidade de filho. O filho mais velho é justo e perseverante, mas é incapaz de aceitar a volta do irmão e o amor do pai que o acolheu. Recusa-se a participar da alegria. Com esta parábola, Jesus faz apelo supremo para que os doutores da Lei e os fariseus aceitem partilhar da alegria de Deus pela volta dos pecadores à dignidade da vida. 

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