Segundo Domingo do Tempo Comum

Deus e a humanidade: o casamento que deu certo 

Pequenas ou grandes comunidades do nosso país, a maioria delas empobrecidas e postas à margem da sociedade, se reúnem para celebrar a fé. Deus vem ao encontra delas, declarando-lhes seu amor (I leitura).  

A Eucaristia é o momento privilegiado em que Jesus se entrega por aqueles que ama. Seu sangue derramado, seu corpo doado por nós selam definitivamente a aliança entre Deus e a humanidade. Nossa resposta é a fé nele, com o desejo de fazer tudo o que ele disser. Assim estaremos constituindo a comunidade-esposa do Cordeiro por nós imolado (evangelho).  

A Eucaristia é comunhão com a Trindade, que é uma na diversidade das pessoas. Para esse encontro – que é serviço de Jesus em nosso favor – convergem todos os ministérios eclesiais, dos que o Espírito concede para o crescimento de todos (II leitura). Celebrar a memória do serviço de Jesus é resgatar e valorizar todos os dons presentes nas pessoas; mas é, sobretudo, crer que, pelo fato de pertencer à comunidade, toda e qualquer pessoa é dom de Deus feito à comunidade. 

Isaías 62, 1-5 – A comunidade dos sofredores, noiva de Javé.  A libertação do país (Jerusalém e terra), como se requer no capítulo anterior para a construção da justiça, é dom de Javé, o parceiro (noivo) da Aliança (vv. 1-5) 

João 2, 1-11 – Jesus é o esposo da humanidade.  Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Canã. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: «Façam o que Jesus mandar.» Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus. 

Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria. 

O episódio de Canã é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si. 

1 Corintos 12, 4-11 – O Espírito age em todos, mas ninguém o possui plenamente. A Trindade é a base sobre a qual a comunidade se constrói: nesta, toda ação provém do Pai, todo serviço provém de Jesus e todos os dons (= carismas) provêm do Espírito. Cada pessoa na comunidade recebe um dom, ou melhor, é um dom para o bem de todos. Por isso, cada um, sendo o que é e fazendo o que pode, age para o bem da comunidade, colocando-se a serviço de todos como dom gratuito. Desse modo, cada um e todos se tornam testemunho e sacramento da ação, serviço e dom do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Paulo enumera apenas os carismas de direção e ensino. A lista não é completa, pois cada pessoa é um carisma para a comunidade toda.

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