Sexto Domingo da Páscoa

O Espírito de Jesus anima e sustenta a caminhada da comunidade

A liturgia de hoje, convida-nos a descobrir a presença – discreta, mas eficaz e tranquilizadora – de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus – “não vos deixarei órfãos” – pode ser uma boa síntese do tema.

Jesus promete o Espírito da verdade a quem observa seus mandamentos. Só quem faz o que agrada ao amigo pode dizer que está verdadeiramente em comunhão com ele. Como Cristo sempre fez o que agrada ao Pai, aceitando sem reservas o plano da salvação e executando-o com livre obediência, e assim se manifestou como o “filho bem-amado”, também quem crê em Cristo entra na mesma corrente de amor, porque responde à escolha e predileção do Pai. O Espírito de Cristo ilumina agora os que crêem, para que continuem em sua vida a atitude filial de Cristo…Ainda não é cristão quem pratica os dez mandamentos, mas quem é fiel ao único mandamento de amor, até dar a vida em plena liberdade. Este amor faz passar da morte para a vida.

João 14,15-21 – O Espírito da verdade anima e sustenta a caminhada da comunidade.  O Evangelho apresenta-nos parte do “testamento” de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o “Paráclito”: Ele conduzirá a comunidade cristã em direção à verdade; e a levará a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a “morada de Deus” no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer aos homens.

Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna

Atos 8,5-8.14-17 – Evangelizar é fazer o que Jesus fez. O autor apresenta Filipe como exemplo da evangelização que se propaga a partir de Jerusalém. A missão cristã é mostrada nos mesmos moldes previstos pelo Evangelho: anúncio do caminho de Jesus Cristo e ação que desaliena os homens (expulsão dos demônios), possibilitando que eles se tornem responsáveis pela própria caminhada (cura da paralisia). O resultado é a alegria trazida pela Boa Notícia.    

1 Pedro 3,15-18 – O sofrimento por causa da justiça .Diante dos sofrimentos, o modelo sempre é a morte de Jesus, através do qual se realizou o ato definitivo da salvação.

Este texto, sempre em tom exortativo, mostra qual deve ser a atitude dos crentes, confrontados com a hostilidade do mundo. Como é que os cristãos devem reagir, diante das provocações e das injustiças?

Os cristãos devem, também, estar sempre dispostos a apresentar as razões da sua fé e da sua esperança – isto é, a dar testemunho daquilo em que acreditam (vers. 15b). No entanto, devem fazê-lo sem agressividade, com delicadeza, com modéstia, com respeito, com boa consciência, mostrando o seu amor por todos, mesmo pelos seus perseguidores. Dessa forma, os perseguidores ficarão desarmados e sem argumentos; e todos perceberão mais facilmente de que lado está a verdade e a justiça (vers. 16).

Os cristãos devem, ainda, em qualquer circunstância – mesmo diante do ódio e da hostilidade dos perseguidores – preferir fazer o bem do que fazer o mal (vers. 17).
O autor da carta reforça a sua exortação, apresentando aos cristãos a razão fundamental pela qual ele (os cristãos) devem agir desta forma tão “ilógica”: o próprio “Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados – o justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus” (vers. 18a). Ora, se Cristo propiciou, mesmo aos injustos, a salvação, também os cristãos devem dar a vida e fazer o bem, mesmo quando são perseguidos e sofrem.

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