Vigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum

O Seguimento de Jesus

“ Nós podemos desconfiar de uma Igreja que não conhece o martírio” Por que? Porque o caminho dos cristãos não é diferente do caminho de Jesus. É feito de incertezas, mas também de coragem de vitórias; de cruz, mas também de ressurreição e vida; de não-conformismo, mas também de compromisso com o projeto de Deus. Disso nos falam Jeremias, Jesus e Paulo. Pedro, no evangelho de hoje representa o medo que temos das consequências do cristianismo que enfrenta as forças contrárias à vida; Jeremias é a voz dos que sentem fortemente os apelos da Palavra irresistível; Jesus nos mostra o caminho da vitória; Paulo nos fala do verdadeiro culto agradável a Deus. Os textos de hoje, em síntese, nos encorajam no testemunho cristão, evitando que a mediocridade nos conduza a um beco sem saída.

Jeremias 20, 7-9- O profeta “seduzido” por Deus para um trabalho ingrato – Já desde o início, Jeremias não gostou da vocação profética. Seu temperamento sensível não era o de um lutador contra os abusos religiosos e sociais de seu tempo e, sobretudo, não servia para proclamar as catástrofes que viriam sobre Judá. Aliás, a catástrofe se fez esperar, o escárnio e a perseguição do profeta  porém, não! Assim, o profeta chega a amaldiçoar sua própria existência (15,10-21) . Mas sempre de novo sua revolta o reconduz a seu Senhor (Jr 1,4-10).

Romanos 12, 1-2- O verdadeiro culto a Deus – A vida cristã é resposta à misericórdia de Deus e abrange toda a existência concreta do homem, representada pelo corpo como centro de vida e ação e de relação com Deus, com os homens e com o mundo. Cada cristão oferece a si mesmo, sendo ele próprio o sacerdote e o sacrifício vivo. Tal sacerdócio é exercido de modo prático através do não-conformismo, que critica as estruturas corrompidas pela injustiça, e através de discernimento novo, que sabe distinguir a vontade de Deus que leva à justiça e à vida.

Mateus 16, 21-27- O seguimento de Jesus : assumir sua cruz -Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo.

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